Desde que se entenda que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra e assim por diante, é impossível se confundir a respeito das diferenças e semelhanças entre uma coisa – jornalismo - e outra coisa – publicidade, pop-ups e afins. Esse preâmbulo nada teorético impõe-se a quem quer que se aventure a analisar um produto que aqui vou chamar de X. X apresenta-se como experiência jornalística. Faz uso de reportagens, artigos e ensaios, mostra-se atento aos movimentos da cidade F. e investe pesado nas mídias sociais, como qualquer veículo de comunicação faz hoje, além de destinar ampla fatia de dinheiro para vender-se nos veículos tradicionais de imprensa. Ocorre que X não é um jornal, tampouco um site noticioso, menos ainda uma plataforma desinteressada de narrativas cuja liberdade de publicação vai até onde a vista alcança. X é um híbrido difícil de definir. A rrisco a dizer que X é um modelo de negócios travestido de hub de narrativas, para usar uma expressão da moda.
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)