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Mostrando postagens de novembro 1, 2011

coração é o quê, pergunta circulando na rede mundial de computadores

Coro de respostas. coração é um engenho. Um engenho perigoso, saudoso, oneroso, anguloso. Um engenho recorrente, quente, ausente, pertinente, intermitente. coração é o gênio. Gênio banal, anal, sacal, boçal, causal – dispensa causa, concentra-se nos efeitos. coração é gerência. De temas, nomes, pele, cheiros. Software livre, privado, privatizado, privativo, priápico, programado para matar, matar-se. maltratar-se.

Numa galáxia apenas distante

Difícil é compreender, não compreender mas aceitar, digamos compreender e aceitar a trajetória ordinária de todas as coisas que se movem, movem e respiram, movem, respiram e amam, não necessariamente nessa ordem. Caspas de galáxias, piolhos teoréticos, lêndeas de deuses incontornáveis, embora o zoológico seja composto unicamente por espécies vindas sabe-se quem de onde, quando, por quê, não custa apontar que, esquecidas todas as variáveis criacionistas, deístas ou o que sejam o que achamos que sejam, o que resta são possibilidades poucas, quase ralas, possibilidades que escorrem rápidas com o tempo, rápido. Uma coisa ou outra, ir ou ficar, querer ou dispensar, aqui, ali. Há limites, há final, há ponto de chegada e de saída, decisões constroem-se e nos constroem num passe de mágica. Sem mágica. A vida é mágica sem mágica. É vida. De repente, há dois filhos lindos, esposa amorosa, prestações e o peru de Natal para adorar. Atravessando o espaço, há a energia escura, indevassável.

Refrações

Difícil é olhar o tempo, passado, presente e futuro, e confrontá-lo, disse de si para si, sem suspeitar que essa mesma dificuldade - enxergar-se mais e mais nitidamente - jamais a impede de buscar respostas velhas para perguntas novas, sempre regredindo, nunca repetindo-se, sempre aninhando-se nesse canto distante que vem construindo e para o qual não encontra outro nome senão o genérico Meu canto em algum ponto do eixo infinito. Porque não sabe ao certo o que quer iluminar quando tem em mãos o facho de luz difusa com que somos equipados, se a quina da parede, um quadro equilibrado a custo na mesa, a cadeia magnética de imãs de geladeira, a televisão, as gavetas, as cartilagens da orelha, os sinais das costas, a sujeira que lhe escapa das narinas mesmo sem querer. Uma flor apocalíptica, diria, uma flor sem classificação, acrescentaria. Ver-se no passado é quase comunicar algo por meio de túnel que interliga dimensões opostas, não complementares, mas coexistentes. E o que espera d