Devoto do desgosto, como lhe pespegam as más línguas, agosto redimiu-se em 2020. Porque todo o ano é uma enfiada de desgraças do início até agora, sem tempo para respiro, quase não se notou que esse mês tradicionalmente desafortunado e infeliz passou sem tanto estardalhaço, numa temporada de quase amenidades. De sua já conhecida nebulosa de más notícias e chorume a escorrer pelas calçadas país afora, soube-se tão somente do habitual: queimadas, vômitos presidenciais, peripécias do “Anjo”, escaramuças filiais e o que de mais sortido se produz neste governo, como as mortes em cascata e as reiteradas demonstrações de incivilidade e burrice, marcas em alto relevo como as que se imprimem na pelagem do gado para distingui-lo em meio à boiada. Feito isso, porém, agosto dirigiu-se à porta de saída, atravessou o Rubicão e cá está a despedir-se, muito distante da fama que o consagrou como quadra cuja especialidade era o infortúnio. Deixa o tablado a bem dizer envergonhado. Como o atleta de alt
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)