Vou cometer o pecado maior de dizer que não gostei do novo filme do Karim Aïnouz. Cito as razões. 1. Dividido em três partes (“O abraço do afogado”, “O herói partido ao meio” e “O fantasma que falava alemão”), apenas a última reserva alguma tensão. Belo final. Aliás, como todo mundo já disse, muito parecido com o de outro filme do diretor. 2. Os dois capítulos que a antecedem, no entanto, funcionam apenas como uma longa e arrastada introdução ao conflito que de fato interessa, esteja ele na relação de Donato (Wagner Moura) com o Konrad, ou na de Donato com o irmão Ayrton (Jesuíta Barbosa). (o ator cearense-pernambucano salva o filme do lugar-comum. O que o Jesuíta tinha em mãos para trabalhar o personagem de Ayrton? Pouco mais do que o clichê do irmão-herói que vai embora, deixando família e amigos para trás. No que ele transforma esse fiapo? Em potência). 3. A concentração poética, uma das tantas qualidades de Viajo porque preciso, volto porque te amo , se dilui em Prai
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)