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Mostrando postagens de setembro 7, 2009

CaÇANDO desandroides humanos

INDEPENDENTES? Um mergulho de través numa espécie de hiperrealismo cuja profundidade assusta, cuja tonalidade assusta, cuja distância assusta ainda mais. Explico: ou tento ao menos. Fui ao banco. Lá, vi as variações de um mesmo conjunto de notas emitidas por um rosto. Digamos que ela, a balconista, em conversa burocrática com a cliente do banco, engatilhou uma série de lugares-comuns que, flagrados, que, entrevistos, que, coloridos, que, expostos: Explodiram ali mesmo. Preciso logo de outra sessão de Blade Runner ... Quando digo hiperrealismo, estou falando disso. Desses algoritmos da existência, essas cadeias de gestos, esses pacotes reflexivos, esses movimentos sabidos. Sabidos porque intuídos ou sabidos porque repetitivos? Não sei. Mas vejam: somos tão parecidos. Aliás, ouso dizer: somos os mesmos. As mesmas conversas das domésticas numa fila de ônibus podem ser ouvidas nos corredores de uma universidade. As mesmas. Mas diferentes.

Conversa de botas batidas.

É como estar perto do mar. Só que não há mar. O Sol, o vento, o som. Vamos entrar. A claridade me cega. Vamos. O barulho do mar vem dos intestinos da fábrica? Certamente. Irônico. Nosso mar é industrializado. Parte dele. A outra parte tem os dias contados. Certamente. Você quer? Quero. Quer mesmo? Você sabe que sim. Quero. Havendo mar ou não, claridade ou não. Mas é bom que haja. Os dois. Sim. Vamos entrar. Estava esperando que dissesse.