Fomos assaltados ontem na porta de casa. Pela segunda vez em cinco meses. Voltávamos do supermercado. Sobraçávamos sacolas, pois. O taxista nos ajudava a tirar as compras do porta-malas do Siena branco quando fomos rendidos bruscamente por dois jovens bandidos. Um deles portava revólver. Enquanto nos ameaçava, o outro seguia passando a bandeja. Roubaram tudo. Os dois – um, magricela e nervoso. Falava pelos cotovelos. Distribuiu xingamentos e jurou acertaria um tiro na cabeça de quem reagisse. O outro, corpulento, baixo. Negro. Não se ouviu sua voz. O QUE LEVARAM MESMO? A dupla levou tudo. Menos as sacolas. Deram cabo do resto: CPF, RG, título de eleitor, dinheiro, carteira de motorista, cartões, celulares, óculos escuros, mensagens de amor gravadas, fotos as mais estranhas. Ainda: um bombom Sonho de Valsa que havia dado pra ela. No dia seguinte, registramos boletim de ocorrência. Com o papel em mãos, saímos em caravana em direção a bancos. Nossa cruzada atravessou a cidade. Antes, poré
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)