Acumulava por não saber operar de outra maneira. Uma máquina cujo funcionamento obedecia a uma única e simples regra: sorva. Depois entorne. Assim era com ele. Ia vendo a linha subir centímetro a centímetro no copo estreito. Esperava o momento certo, que era sempre o último. Depois não havia mais nada. Era a regra de ouro, o momento certo corresponde ao último e depois dele, nada. À espera desse instante de enxurrada é que ia assistindo tudo acontecer. Daí as imagens recorrentes de tempestades e outros fenômenos da natureza que causam destruição em escala massiva. Arrasam com tudo, não deixando rastro, apenas casas amontoadas e árvores de raiz pra cima. Via-se irmanado a essa natureza destrutiva, à ação que, mesmo imprevista, pode ser mapeada, remontada. Os primeiros passos visíveis. A lenta formação da tormenta. A onda menor avolumando-se à maior, correntes marítimas de temperaturas diferentes encontrando-se de repente no meio do oceano. Um tectonismo que era tamb
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)