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Mostrando postagens de janeiro 28, 2020

Desventuras de um pintor de paredes

Num dia qualquer no meio das férias, decidi pintar uma parede. Parecia uma boa ideia. Sim, de fato, eu dispunha de tudo de que um pintor de paredes precisa: tempo, material e uma superfície que carecia de uma boa mão de tinta, já que fora diligentemente riscada por minha filha nos últimos três anos, de modo que quem entrava em nossa casa deparava sempre com um mural de garatujas rupestres em marrom, laranja e verde que incomodavam a vista, ainda que fossem bonitinhas. Tudo bem, eu disse a mim mesmo, convencido de que a mera proatividade era suficiente para o sucesso da minha empreitada. Afinal, eu já havia dedicado uma semana inteira a jogar videogame e mais três ou quatro dias a escrever um projeto que talvez não dê em nada. Também tinha me recusado a levar o gato para o banho. Estava em dívida, portanto. Não custava, agora, empregar uma fração dessas horas livres numa atividade doméstica cujos resultados trariam benefícios incalculáveis para toda a família, certo? Qual o quê.