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Mostrando postagens de abril 1, 2009

WHERE'S THE DOCTOR?

EMÍLIO

Abaixo, um conto bem antigo. Mas antigo mesmo. Quando viu, eram apenas dois. Foi até a cozinha, despejou café numa xícara e retomou o posto. Havia uma pequena mas iracunda multidão na calçada. Eis o princípio de tudo: uma iracunda multidão. A dois palmos de distância de cada um deles, o menino recebia pontapés, socos e safanões. Apanhava no rosto, nas costas, nas canelas. Tentou levantar-se, caiu. Não se sustentava nas pernas finas, finíssimas. Uma senhora surgiu na varanda do apartamento. Via tudo. Depois fechou as janelas, cerrou as cortinas e foi cuidar de enxugar a louça do almoço. Um outro que passava de bicicleta parou, olhou, olhou e olhou. Em seguida empoleirou-se no transporte e foi embora. Um terceiro assistia, apenas. Robusta, a roda enchia-se de cores e tamanhos. Nela havia mulheres, senhoras, crianças, idosos, homossexuais, negros, brancos, mulatos, pardos, ricos e pobres. Era uma roda crescente, gigante. E assustava. Não se contentava em bater, não. Feria com palavras, ge