Talvez já tenha passado da hora de começarmos todos a desinfluenciar, ou seja, a exercer uma influência com sinal invertido ou nenhum, destinada a encorajar uma potencial audiência a que deixe de fazer o que supúnhamos que devesse, e passe a fazer o que lhe der na telha. Parece complicado, mas é simples. A um “desinfluencer” de destaque, com milhões de seguidores e selo de verificação, caberia, entre tantas possibilidades de atuação, desestimular o consumo excessivo ou a adoção dos algoritmos como métrica de vida, fazendo minguar, se preciso for, sua própria base de fãs. Das técnicas de embelezamento às dicas de treino, das sugestões de cardápio às listas de livros, nada escaparia da potência silenciosa e desanimada desse Zuckerberg no multiverso, cujo principal atributo seria o poder de convencimento de que não há nada nem ninguém que se possa convencer. Onde houver ligeireza, pregaria o evangelho do desinfluencer, que eu leve a vagarosidade. Onde houver LED, que eu leve o “chiaroscu
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)