Acima, casal se diverte em festa. Animado, decidiu pular na piscina. Ela perdeu um brinco; ele, um beijo. A maioria das pessoas está feliz. Outra parte (a porcentagem é ignorada) está triste ou apenas melancólica. Há menos gente triste que feliz, dizem especialistas. Isso é algo a ser festejado, defendem os felizes. Os tristes ou melancólicos deram de ombros para a pesquisa. Conforme nota explicativa, “uma fração menor ainda do público pesquisado navega regiões intercambiáveis, zonas cinzentas que não comportam regramento pré-definido, não sendo considerada ideal para efeito de mensuração e análise”. Especialmente nesse dia, as redes sociais recebem grande afluxo de pessoas. É um alvoroço. É também divertido. Todos se mostram de alguma maneira. Passear a tristeza ou a alegria desmedida é uma atividade que, em grande medida, equivale ao footing no parque, quando os citadinos importavam-se menos com a saúde do que com a vista alheia. De lá para cá, pouca coisa mudou.
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)