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Mostrando postagens de novembro 8, 2010

Não era a primeira vez

Era como se estivesse ouvindo Roberta Miranda e, de repente, ela, a namorada, repetisse um trecho da música, precisamente aquele que diz vá com Deus, vá com Deus, o amor ainda está aqui, vá com Deus, logo ele, que não cria em Deus havia pelo menos vinte anos, logo ele, que faltara as aulas do catecismo não porque quisesse mas porque o dinheiro da passagem era insuficiente e seria por ainda muitíssimo tempo, de maneira que somente a escola era prioridade, a escola e a natação, a escola, a natação e o ballet da irmã mais nova. Logo ele precisava inevitavelmente de alguma garantia, não de qualquer garantia, mas de uma garantia cuja essência dispunha sobre todas as demais garantias, uma garantia que era sobretudo matriz das outras, que não fosse somente um arremedo de garantia, mas voltava a dizer um salvo-conduto para amar. Era assim, explicava para ela quando brigavam sem xingamentos: é fundamental que me diga claramente que precisa de mim e apenas de mim, então posso ficar tranquilo e l