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Mostrando postagens de agosto 24, 2017

Tudo se acumula

 Inventário. Leituras interrompidas.  Uma doença que não se cura. Pedalar contra o vento é um duplo exercício. Agosto e setembro são meses de ventania, meses que arrastam atrás de si o que não se sustenta. Meses que entortam a palha do coqueiro, que vergam, que dobram. Ventos que arrasam.   Na altura da estátua canso e penso em parar, mas continuo. A Iracema dobrando um arco. Uma postura eternamente flexionada. Sem descanso. Considero um pouco o que significa jamais relaxar, nunca parar de entortar a arma com que se combate. A índia nunca sai da condição de combatente, está sempre na defesa. Do quê? De si.    Respiro fundo e olho pro lado. O sinal do portão eletrônico, o cheiro de peixe, a visão das tubulações enferrujadas na areia, um novo letreiro na praia, pessoas param e fazem fotos. O L de Fortaleza é a letra mais procurada porque forma um banquinho com sua perna. A cor, um lilás bonito, também atrai.  Passa das 11 horas da manhã. O sol estala de tão claro quando