A questão que se impõe agora, e para a qual tenho evitado olhar, é se nossos filhos devem voltar ou não às escolas e como voltar, se os mesmos ou se adaptados a espaços que os receberão diferentes, ante tudo que se viveu nesses seis meses de afastamento compulsório e reviravoltas, ânsias e agonias de separação. Nenhum plano contempla esse buraco. Então as crianças retomam o convívio umas com outras sem nada que se ofereça como explicação para o que experimentaram nesse interregno? Reagrupam-se em salas aclimatadas a esse novo real, divididas em pares ou trios, separadas por biombos, permanentemente higienizadas e asseadas para evitar que contaminem a si e aos outros? E por quanto tempo? Como dizer a um pequeno que, durante esse período, o mundo se pôs de ponta-cabeça e agora nada é mais como antes? Não sei, mas penso sobretudo nos professores, profissionais na ponta e parte do grupo de risco a quem não se dá ouvidos. De todas as vozes no debate, as menos audíveis neste momento é a
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)