A maçã envenenada , de Michel Laub, ecoa procedimentos e temas caros ao universo do autor, a exemplo do impacto de eventos históricos na vida de personagens mantidos à boa distância cronológica e física dos acontecimentos. O livro arma-se em torno de um problema aparentemente banal: como a força-motriz do acaso altera drasticamente os rumos de uma história – de qualquer história. O resultado, porém, não empolga tanto nem aprofunda as questões apresentadas em romances anteriores. Anunciado como a segunda parte de uma trilogia cujo capítulo inaugural foi o magnífico Diário da queda , o novo romance tem grande autonomia ficcional. É desnecessário informar que se trata de uma continuação. O dado, mencionado na orelha do livro, não fará a menor diferença no decorrer da leitura. O cotejo entre personagens e situações não convence de que os dois romances guardem uma conexão mais íntima que vá além de uma vaga moldura sentimental comum. Do que trata A maçã envenenada ? Um
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)