Infelizmente, o último patriarca da escola não-irônica, instituição cujo programa de estudos dedicava-se somente às manifestações sinceras, não está mais aqui pra responder a pergunta Embora corra sério risco de me ver precocemente rotulado como um diluidor vulgar, incapaz sequer de disfarçar o modismo que decidiu abraçar, espécie moralmente indefensável num mundo em que a originalidade é norma de conduta suprema, confesso meu pecado de antemão: não resisti ao charme do assunto. Resolvi falar de ironia – é possível eliminá-la ou estamos realmente fadados ao enfado que se traveste de esperteza e embota a visada do outro como uma unidade viva tão especial e única no mundo quanto nós mesmos? Se esse não é o tema da moda, chega bem perto. Digamos que uma parcela considerável da inteligência discute agora formas de superação não apenas do discurso irônico, mas da cultura irônica, da qual as brilhantes analogias e charadas pop que pululam nas redes sociais como bólidos ce
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)