“Eu sou tanta gente dentro de mim borbulhando feito refrigerante quando se abre a tampa.” Quem escreveu isso foi a Lília Oliveira. Falem com ela bem aqui . Visitem, conversem. Perguntem: o que acha dos fogos de artifício que se formam atrás dos olhos? Agora, não sei. Gosto, sim. Perturbam. Se vejo, os olhos fecham. Não enxergam. Se vejo, tenho pensamentos descosturados. FALANDO SÉRIO. No sábado, tentei dançar. Fiz dois pra cá, dois pra lá. A noite inteira. No fim, o nariz sangrou. Também levei pisões no pé, discuti, comprei briga, balancei os braços, prendi-a pela cintura. Levei um soco bem no meio da cara. A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a dor esfriou. Anotei a placa num pedaço de guardanapo. Tudo mentira, claro. O que é verdade: estou aqui. Ontem sonhei que dançava moonwalker perfeitamente. Deslizava num piso de taco encerado. Tudo bonito. Sensação gostosa, muito gostosa. Depois acordei. E o dois-pra-lá-dois-pra-cá caiu como uma cortina de ferro sobre a minha cabeça.