Parece roteiro de uma série nova. Nela, super-ricos embarcam num submarino exclusivo para vistoriar as ruínas de outro portento da engenhosidade humana, o Titanic, afundado há mais de século e agora tornado peça de uma excursão para a qual é necessário investimento prévio na casa dos milhões. Certos de que alargam as fronteiras da ciência e desafiam os limites da humanidade, os bilionários – um punhado de quatro ou cinco, não lembro – se acomodam no espaço diminuto dessa sonda ultramarina, um construto naval hipertecnológico cuja aura de onipotência deve ombrear com a do finado navio ao qual se dirigiam naquele momento e do qual resta uma ossada ferruginosa. Eis, então, que o submarino desaparece misteriosamente. Importante dizer que o fato de que ele eventualmente seja encontrado hoje ainda ou amanhã não modifica o roteiro da história, que consiste, grosso modo, em mais uma dessas produções cinematográficas fabricadas tendo por ambiência e protagonistas o febril universo do luxo e seu
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)