Vi O som ao redor , longa-metragem de Kleber Mendonça Filho, no fim de semana. Segue alguma opinião. Pontos fracos: o panfletarismo sutil e um sociologismo diluído. Exemplo: uma mulher, interessada em alugar um apartamento, desiste ao saber que ali, no condomínio, se suicidara uma jovem. À escrotidão da personagem (branca, bonita, classe média alta), que tenta barganhar no preço do aluguel e na taxa do condomínio amparando-se no sinistro fato de que o lugar carregava a o estigma do suicídio, contrapõe-se a inocência da filha de 12 ou 13 anos. Postada na varanda do apartamento, a menininha assiste a um garoto de mesma idade, mas classe social inferior, jogar bola no vão do prédio ao lado. O garoto embarca a bola. A garota quer ajudá-lo, mas a mãe a impede. As duas vão embora. A menina, praticamente arrastada. A mãe, enojada. Nova cena de condomínio. Como no primeiro, representantes da classe média alta expõem-se em toda a sua vileza. Os condôminos decidem, quase
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)