As perguntas que sempre fazem, as respostas que nunca oferece. Mais um verbete para o catálogo que agrupa os “Fantásticos Modos de Ser”: reticente, que é o mesmo de lacunar. Lacunar não tem relação com lacustre, que vem de lago, ao menos foi assim que lhe ensinaram na escola. Lacunar também difere de lunar. Tampouco o vocábulo pode ser tomado como a junção arbitrária de lacustre e lunar - algo como a superfície fria e límpida de um lago na lua. Não é forçando a justaposição, e mesmo a aglutinação, que nascerá uma plataforma de significado nova. É preciso alguma espera. Ao contrário do disparate (jogo adolescente de perguntas e respostas geralmente inscritas em caderno pautado), cujo propósito é interrogar e descobrir, o modo de ser reticente empreende uma busca ordinária e infrutífera. Diz: propósito, mas segue, a rigor, despropositada. Se escreve “trabalho”, conserta. Se escorrega peito adentro, chafurda sentimentos. Por despropositada não entendam sem propósito, mas