Recentemente uma nova farmácia abriu na esquina perto de casa. Houve quem comemorasse. O parque está deteriorado e a pista de skate, sem iluminação, mas a farmácia recém-inaugurada é uma beleza, um marco no bairro, um equipamento que incrementa a vida da comunidade, principalmente nestes tempos gripais. Fachada reluzente, cores vibrantes, desenho sinuoso e convidativo. Eu, que não gosto de farmácia porque me fazem lembrar de injeções, caí na tentação feito uma mariposa atraído pela luz incandescente. Entrei na farmácia, e dela não saí mais. Escrevo agora ao fim da gôndola das fraldas, perto das pomadas e antes dos soros fisiológicos. Aconteceu aos poucos. Primeiro tentei ignorá-la, subestimando seu poder de atração e desconsiderando que uma farmácia conquista as mentes devagar. Parávamos para abastecer, então eu olhava para o outro lado. Até comentava: quem precisa de mais uma farmácia ao lado de casa. Ninguém, evidentemente, mas por que não visitá-la? Foi o que fiz um dia quando pre
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)