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Mostrando postagens de julho 17, 2013

The last of us: a jornada de Joel e Ellie

Atravessei quatro estações , matei mais homens que monstros, vasculhei buracos, salvei uma garotinha da morte, fui salvo por ela, caminhei no frio, resolvi charadas, desvendei mistérios, acionei mecanismos que levantam portas e outros que baixam portas, fui a partes diferentes de muitas cidades e presenciei o horror provocado por uma epidemia.  Lembrei de quando tudo era diferente, havia pessoas nas ruas e jornais e cinemas e cafés e aos domingos as praças estavam cheias. Reencontrei fotografias perdidas sob os escombros do que costumava ser uma casa. Sobrevivi ao custo dos despojos de famílias infectadas. E ainda não é o fim. O que vou dizer é algo deliberadamente grandiloqüente e, por isso mesmo, adequado à situação: The last of us é talvez o melhor jogo de videogame já feito, não apenas no PS3, mas também nos velhos SNES, Mega e Master, com uma breve passagem pelo Mega Drive, já que falo a partir de uma experiência particular com consoles, particular e errática –

Cobrindo distâncias

Espanta é descobrir todo dia que escrever é quase sempre tatear às escuras, procurar um fiapo de sentido para um problema muitas vezes sem contornos claros, tentar moldar um boneco de neve ou barro debaixo d’água. A gente nunca sabe direito o que tem no final. E quando chega, o fim não parece o fim de coisa alguma. O fim é esse lugarzinho arbitrário fincado num ponto distante ao qual devemos chegar mediante esforço próprio, torrando as energias acumuladas, alargando habilidades, inventando uma ética e uma técnica ao longo da jornada. A empreitada é exigente, requer muita energia, dá vontade de desistir o tempo inteiro, mas sem ela é tudo muito pior, é tudo muito menor. Trata-se de um mecanismo de descoberta. Toda jornada tem um único objetivo: forjar uma ética e uma técnica. Pensem em Homero e em Ulisses, pensem em Tolkien e nos hobbits, em Stephen King e no grupo de garotos que sai de casa à procura de um corpo.  Pensem no sem número de personagens que, por alguma