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Mostrando postagens de maio 21, 2021

Interceptor oceânico

Outro dia publiquei uma foto de pôr do sol na praia enquanto esperava na fila da sorveteria. Uma imagem convencional, nada que outras não tivessem. Não estava ali pelo passeio, mas pelo sorvete mesmo. Quando me virei, o céu estava matizado de violeta, laranja e azul, como se alguém tivesse esbarrado no tinteiro em cima da mesa e as colorações se misturado numa tela imaginária ao cair. Nada poético, apenas expressão de uma certa ideia de aleatoriedade com um resultado bonito que despertava curiosidade tanto pela extravagância da combinação quanto pela intuição do caminho que o artista seguira até ali. Foi só depois de olhar a foto pela segunda vez que reparei no monumento ao fundo, um obelisco inclinado em cuja sombra, quase quarenta anos atrás, eu fui carregado nos braços da minha mãe, que apontava para ele e tentava inutilmente explicar a uma criança por que um cigarro metálico imenso fora colocado no meio do calçadão e o que esse episódio poderia significar. Embora não entendesse abs