Voltamos de Paraty, do frio e do mojito . Uma festa de livros, autores, senhoras vestidas como se fossem ao baile imperial, homens empertigados sobraçando volumes recém adquiridos, professores de cenho franzido (a festa está mais democrática, pelo visto), jovens barbados caminhando sob a grua de um cineasta experimental (câmeras escondidas acompanham seus passos desde o instante primeiro em que puseram os mocassins modernos em contato com as pedras da cidade histórica), nebulosas de crianças estrepitosas saídas de alguma escola próxima e matilhas de mulheres de meia idade calçando tamancos com estampa de oncinha, bicos do peito ameaçadores apontando para os transeuntes. A Festa Literária Internacional de Paraty é um circo, um show, uma feira, um desfile de jovens fumantes, velhotes de cachecol e meninas de 16 anos que despertaram apenas recentemente para o prazer da leitura e que agora se enamoram das fanfarronices de um James Ellroy (à menção de “punheta”, elas soltavam risinhos fr
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)