Curioso, procurei a origem da expressão “é sobre isso” e cheguei a uma ex-participante de BBB cujas frases eram arrematadas sempre da mesma maneira, ainda que nem sempre fizessem sentido, o que costumava acontecer com alguma frequência. Ora, “é sobre isso” convida a pensar sobre o que de fato se trata a coisa em si, um nó sintático-semântico difícil de desatar. A ideia de que um objeto qualquer se defina com tanta clareza mais confunde do que esclarece. É, digamos, uma construção anti-hamletiana, que manda às favas o relativismo do “ser ou não ser”. A coisa toda piora quando ao “é sobre isso” se agrega “e tá tudo bem”, que pressupõe que o interlocutor tenha entendido sobre o que é mesmo o “é sobre isso”. O problema é que, se você ficou preso no curto-circuito da primeira sentença, dificilmente tá tudo bem, principalmente quando não se entende o que pode estar bem. Mas talvez o sucesso dessa coalhada literário-gramatical se deva justamente a isso, a certa vagueza conceitual, de modo que
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)