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Mostrando postagens de setembro 13, 2010

De mãe para filho

Achava que por ter sido bom continuaria sendo indefinidamente, no que incorria em erro severo, nem tudo que parece é, disse repetindo a frase predileta da mãe, uma enfermeira que tinha passado quinze anos casada e outros sete namorando o seu pai, o dele, e, já muito tempo depois da separação, depois mesmo de três filhos que não eram os mais lindos mas eram os seus, os dela, apanhava-se na cozinha considerando o que fizera durante a vida, por que afinal de contas não pediu educadamente logo à primeira vez, logo quando tudo lhe pareceu inequivocamente sem futuro: “Por favor, Marcelo, queira retirar-se desta casa e nunca mais aparecer na minha vida.” Contudo não era melancolia o que alimentava, dizia enquanto retorcia os nós dos dedos. Era uma questão de matemática, quero saber por que passei tanto tempo sem entender que o amor assim como os valores da conta de energia e as marcas de bronzeado se transforma e atravessa extensos encanamentos, quero finalmente poder ilustrar a única mutação