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Mostrando postagens de fevereiro 28, 2018

Escrever de pé

Numa lista breve, encontro pelo menos dez escritores que trabalhavam de pé. Hemingway e Roth entre eles. Woolf também. Além de Nabokov e Pessoa. A lista segue em frente. Não vejo pontos de relação entre as obras desses autores, e o fato de que trabalhassem de pé tampouco me parece uma condição determinante sobre o tipo de literatura que acabaram produzindo. Mas observo que, em pé, há um fator que difere de todos os outros quando se escreve sentado: a pressa. Há muita urgência pra terminar. Pra ser claro. Pra dizer sem volteios. Pra que o leitor entenda que, do lado de cá, tem alguém em posição desconfortável operando com o máximo de objetividade a fim de chegar ao final. Como se esperasse no ponto de ônibus. Porque as pernas cansam, os ombros pesam mais e a cabeça se inclina pra baixo num ângulo que a faz parecer um ponto de interrogação entristecido com a eterna falta de resposta para as grandes questões da vida. E nisso pensamos bem pouco quando imaginamos a ativid