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Mostrando postagens de novembro 26, 2020

O dia em que Maradona fez minha vó chorar

  Não o deus, mas o vilão, o responsável por um quase-trauma para a criança de 10 anos que eu era, fã de Careca porque ainda não havia Romário nem 1994. Então, naquele 1990, eu parei ao lado da vó pra ver Brasil e Argentina. A vó era minha parceira de jogo. Vimos as partidas decisivas do Brasil, além das finais, em 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010, mas não o Sete a Um. Esse, não, a vó morreu antes. Não passou esse vexame. Hoje penso no que teria dito diante do Thiago Silva chorão e do Galvão catatônico. No começo, porém, nada disso existia. Era apenas o Brasil de 1990. Era Careca, principalmente, o nosso craque. A vó xingava muito vendo TV. Canalha, fdp, pnc, coisas do tipo, uma vulgaridade que contrastava com a figura de vó de desenho da Disney e com outras avós que eu conhecia. Só a minha falava palavrão daquela maneira, um traço que involuntariamente assimilei. Naquele jogo, especialmente, a vó xingou. Muita bola na trave, muito grito de gol engasgado. Nenhum título, evidentemente. O ú