Tô convencida de que uma parte do meu aprendizado é acreditar que tudo é ruim e nada do que faça terá serventia algum dia, o que é libertador, pensem no desespero que é essa pressão de ficar à espera de que algo aconteça, algo mágico, uma volta inteira no parafuso, um passo de dança, quase como na 5ª série, quando a gente esperava que o garoto falasse com a gente o ano inteiro e o garoto ficava lá, não falava, então o ano acabava e nada tinha acontecido, apenas os garotos errados tinham puxado conversa. Sim, agora é diferente, como sei que não farei nada, e não duvido da visão porque foi até hoje a coisa mais vívida que já sonhei, posso me dar ao luxo de fazer exatamente o oposto, ou seja, de simplesmente ir fazendo sem a pressão que falei. É, embora esteja predestinada a não ir muito longe, a dar voos rasantes de fôlego curto que talvez sequer sejam captados nos sonares e outros aparelhos que registram os objetos que emitem energia enquanto se movem, tudo isso me leva a
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)