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Mostrando postagens de março 25, 2014

Duas bolas de sorvete, por favor

Quando a gente quer opinião, no fundo, o que a gente quer mesmo? A gente quer elogio. Bom, você pode até disfarçar, negacear, esconder o jogo, mas é isso mesmo. Dificilmente a gente quer outra coisa além do elogio, e só de vez em quando consideramos a sério a hipótese de que a crítica vai contrariar nossas expectativas. Nessas horas, sentimos doer bem lá no coração aquecido do nosso orgulho.  Raramente estamos preparados para o pior: nosso trabalho é ruim, e nada do que dissermos ou fizermos vai mudar essa realidade. Dizer que foi o melhor que pudemos fazer não é uma desculpa. Dizer que foi o melhor que pudemos fazer é um tapinha nas costas que damos em nós mesmos para que possamos continuar a fazer o que temos de fazer. E isso não é pouco.  De modo geral, porém, estamos intimamente convencidos de que nosso trabalho, seja ele qual for, merece, senão todo o aplauso, ao menos algum, e se ele não vem, logo desconfiamos das intenções, das arapucas, da maldade atávica do ser hum