O que vem depois, quase ninguém sabe responder. Ou não quer. Ou não está capacitado, pra usar uma linguagem laboral, do tipo “fulano bem que queria, mas não foi dotado das ferramentas necessárias para isso”, sendo isso o que se quer elucidar. O que vem depois é uma pergunta e tanto. Sem ela, a gente pouco vive. É como um guia cego. O que vem depois é tentar adivinhar a esquina. Ou a cor da camisa. Ou o número no painel da fila. Ou o exato momento em que seremos chamados, seguindo-se ou não a ordem, qualquer ordem. O que vem depois expressa uma ânsia, mas também certo inconformismo. É isto, e pronto? O que vem depois? E depois de depois?
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)