Há dias venho adiando o momento de escrever sobre o filme “A filha perdida”, de Maggie Gyllenhaal, não sei exatamente por que, se porque evitei o quanto pude assistir à adaptação por algum receio qualquer; ou se porque impus a mim mesmo um tempo razoável entre ter visto o filme e revê-lo criticamente, de modo a deixá-lo repousar, decantando, e assim poder ser mais justo com uma obra que, embora seja próxima daquela da qual extrai seus elementos, também se afasta, e esse afastamento é menor ou maior em momentos diferentes do filme, com resultados diferentes dos obtidos no livro. Creio que há duas maneiras, grosso modo, de olhar para o longa: como obra autônoma que é, deixando de lado o fato de que exista um romance no qual se origina; e como peça adaptada de uma outra. Uma terceira possibilidade, que tento colocar em prática mas fracasso, é vê-lo num lugar entre esses dois, reconhecendo-lhe méritos, mas apontando o que, para mim, são insuficiências, não sei se da adaptação em si ou de
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)