Há três semanas, logo quando entrei de férias, consegui terminar “Um outro amor”, do Karl Ove Knausgard, o segundo volume de seis que integram a série épica “Minha luta”. Havia começado três meses atrás, mas a correria da gravidez da minha esposa e uma mudança de apartamento acabaram se impondo na rotina. Fui deixando o livro pra trás, mas sem substituí-lo por outro. De alguma maneira, sentia que não poderia avançar se não terminasse de ler Karl Ove. “Um outro amor” tem 592 páginas. “A morte do pai”, o primeiro livro, tem 512. Os seis volumes, somados, têm mais de três mil páginas. É uma empreitada e tanto percorrê-los, principalmente agora, com tantas contas e gadgets requerendo nossa atenção a todo instante enquanto o passarinho assobia a intervalos regulares indicando que uma nova mensagem nos espera. E quais as garantias que, ao final do livro, uma recompensa à altura do esforço despendido nos aguarda, como o pote de ouro do outro lado do arco-íris? Nenhuma, eis
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)