Um barraco, nesse sentido de briga generalizada, é sempre um barraco, seja de rico ou de pobre. Naturalmente há pontos de contato entre o bafulê numa churrascaria do Zé Walter e outro na “área nobre”, mas existem muitas dessemelhanças também. Num barraco de rico, por exemplo, há sempre o apagamento das personagens, que se traduz num certo pudor de nomear e situar geograficamente o enredo e os implicados na fuzarca. Publicamente, quase nunca se sabe quem fez o quê e por que razão, embora, no privado, tudo se conheça e fale à vontade. Entre os endinheirados, evita-se a repercussão mais do que o episódio em si. O excesso preocupa porque dá na vista e prejudica os negócios, do qual fazem parte os arranjos matrimoniais. Nesse mundo que vive para o alheio, teme-se sobretudo a ruptura de um pacto de faz-de-conta que sustenta aparências e preserva máscaras. À baderna propriamente dita, segue-se uma verdadeira operação abafa, cujo principal objetivo é escamotear os motivos pelos quais fulano ar
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)