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Mostrando postagens de novembro 8, 2020

O grande desastre

Liguei o computador apenas para confirmar o cansaço e a absoluta impossibilidade de escrever nestas condições, embora, minutos atrás, acreditasse realmente que, ligando-o, uma luz se acenderia e eu conseguiria escrever o que fosse antes de dormir, um parágrafo que compensasse as dúzias de outros tantos que fui despejando desleixado ao longo da semana até dar com o domingo e agora a segunda-feira. O início de uma coisa depois do término de uma outra cuja matéria eu também não conhecia muito bem. Tudo a mesma bagunça, pensei, e de imediato lembrei de como os fatos – sempre eles – foram se emendando nos últimos dias, uma eleição e a sensação de que algo se alterava concretamente, ainda que nas ruas o passo fosse o mesmo, a reforma do apartamento vizinho, o homem que passa empurrando o carrinho de comida todo dia, enfim, esse cotidiano mais colado que não se desfaz ainda que o mundo vire de ponta-cabeça. É difícil arrancar as pessoas desse chão, eu mesmo me recuso a me afastar. Quatro anos