Espaço vazio de convívio e devotado ao vaivém de delivery, a pizzaria se converteu nesse lugar de passagem onde a presença do cliente – no caso, a minha – era considerada como um quase inconveniente para o atendente. É pra levar? Como é, vai comer aqui mesmo? Tem certeza de que quer fazer como “os antigos” e puxar uma mesa? Vai aguardar e abrir a embalagem na pizzaria, e não em casa, no conforto da sala, vendo um episódio da série preferida ou ouvindo uma música escolhida por você? Pensei duas vezes. Tive dúvidas se não estava fazendo algo errado, obsoleto, contrário ao regramento usualmente admitido na minha comunidade, como utilizar pochete quando pochetes tinham saído de moda. Estava ali, parado, esperando que meu pedido ficasse pronto e fosse servido para então começar a comer. Nada de outro mundo, embora soasse dessa maneira. Mas alguns locais da cidade parecem ter deixado de lado esse aspecto coletivo, tornando-se corredores de passagem, meros entrepostos entre a mercadoria deman...
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)