Um amigo escreve de Amsterdã. Está lá há três dias. Seu nome é J, é homem e casado, passa férias sozinho pela Europa. Apenas ontem me mandou mensagem dizendo que não sabia o que fazer. No dia anterior conhecera um grupo de turistas macedônios. E um deles lhe interessara. Um mais jovem, mas não tão jovem, talvez 30 anos, cabelos já começando a ficar grisalhos em alguns pontos, braços fortes, costeletas, um risinho bobo de quem desconfia sempre do que quer que lhe digam. Então gostou dele, disse assim mesmo, de súbito. Um jato sem culpa: estava gostando e gostou. Foi em frente. Convidou o rapaz pra sair, deram uma volta pela cidade, beberam café e depois cerveja. Eu não conheço Amsterdã. Brinquei que agora poderiam se ver sempre, se fosse o caso, porque os voos seriam mais frequentes saindo diretamente da cidade a partir do ano que vem. Um aeroporto ligando a capital até o mundo, criando mais laços com o continente. Se somos uma esquina, como gostam de dizer as autoridade
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)