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Mostrando postagens de fevereiro 21, 2014

Use: é de graça II

Uma desvantagem de continuar com um blog é frequentemente se repetir, como faço ao recorrer ao exemplo da sonda, um artefato que, por uma razão que finjo não saber, atrai minha curiosidade desde que, aos 14 anos, li algo sobre teoria da relatividade e a maleabilidade da noção de tempo. Primeiro, pela maneira como soa: sonda, algo tão perto de onda que é mesmo inevitável trocar uma palavra pela outra. Subtrai-se uma letra e pronto, o volume de água do mar deslocado por força do vento vira um objeto arremessado ao espaço. Sonda e onda, vizinhos de sentido e de grafia. A relação entre as duas imagens, próximas e distantes, que dizem respeito à natureza e ao homem, nunca havia me ocorrido antes de começar a falar sobre as desvantagens de manter um blog, que são muitas, e as vantagens , também numerosas. Por exemplo: assistir à passagem do tempo refletido em virgulas, pontos e dois pontos, no comprimento das frases, no uso farto de certas palavras e na escassez de outras – is

Use: é de graça

Tenho a impressão de que chegou a hora de abandonar o blog, deixar pra trás, esquecer. Não sei se definitivamente, mas dar um tempo e ficar olhando de longe as coisas que fui juntando desde 2005. Depois, quem sabe peneirar o que for bom e atirar longe o que não for. E em seguida não saber o que fazer com o que for bom e lamentar profundamente o que foi jogado fora. Talvez não seja a hora de deixar pra trás. Talvez a hora certa já tenha passado. Afinal, o que é a hora certa senão esse instante em que a gente tem a vaga impressão de que ou é agora ou nunca mais? Prestem atenção: agora ou nunca mais, além de forte candidato a trecho de música do Roupa Nova, é uma embromação na qual só cai quem quer cair.   Imaginem essas sondas lançadas ao espaço contendo uma mensagem que pode vir a ser lida no futuro por alguma civilização extraterrena. Imaginem que elas atravessam a vastidão do nada sem contato com formas de vida. Constantemente, sinto que deixar pra lá é como apostar que algu