Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de agosto 15, 2013

Catecismo da concha

Pensando na carência de mitologia da e sobre a cidade, lembrei imediatamente do Monza do Amor, um brinquedo literário entre o sério e a farsa, um autoengano revelador. Mara Hope do asfalto à deriva na própria ferrugem, o Monza é também o ponto de convergência de uma cadeia de acontecimentos que se desdobra no tempo e no espaço.  Envolve jovens, adultos e velhos, polícia e guardas noturnos, vizinhança e entregadores de pizza, os verdadeiros vigilantes da fortaleza, os únicos a trafegar na contramão. Considerem os agentes que transformam uma cidade no que ela é, no que ainda não é mas será, no que talvez nunca se transforme. Todos passaram pelo Monza e deixaram ali um rastro, uma marca, uma impressão, e é dessa marca rasteira apagada nas bordas que se rememoram as vidas.  O Monza é semelhante à concha totêmica dos meninos da ilha em O senhor das moscas . É através dele que se narra a história de um grupo de pessoas específico: dois homens, três mulheres, um velho, uma c