Publicado na página Aerolândia via Aguanambi , no jornal O Povo . Rico manancial de plasticidade morfossintática da língua portuguesa, o dialeto cientificamente denominado de "luciobrasileirismo" é velho conhecido dos cearenses. A criançada, os porteiros, os jornalistas, os delegados de polícia, os escritores, os cobradores de ônibus: todos folgam em celebrá-lo. As escolas também, visto que há menos vocábulos no idioma nacional para serem ensinados, o que não quer dizer falta de expressividade. Exemplo: “Fevereiro não tem Carnaval este ano, março todavia compensa, meu bloco vai sair”. O tour de force do fraseado é explosivo. Um sax ao longe pode ser escutado. Ganha-se na economia de cartilhas discentes e no tempo da professorinha das séries iniciais. Em luciobrasileiro, uma sentença trivialíssima como “Eu me lambuzei todinho comendo tapioca com leite condensado”, apresentada em português vulgar, logo se metamorfoseia em algo do tipo: “Boca oleosa não permito, pinto”. Por sua
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)