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Mostrando postagens de julho 23, 2013

Herói sem nome ataca novamente

Tinha desistido de falar sobre O lugar onde tudo termina depois de alinhavar três parágrafos e perder tudo para uma pane no Word, mas consegui recuperar alguma coisa nos escaninhos do córtex cerebral. Vamos lá.   Pensem em Como nossos pais , a canção, com menos poesia e uma dose extrema de vício. No filme, uma certeza: a de que a corrupção e a ambição fertilizam as relações sociais. É pessimista, sim, mas de um pessimismo que serve mais como contraste à descoberta do amor. Num cenário degradante em que as coisas não dão certo e os dias se consomem num globo da morte nada metafórico, o herói busca sossego, alento, e o encontra na paternidade. Para tanto, terá de ocupar um lugar já ocupado. O herói fez a escolha errada? É uma boa pergunta.  Coisa chata no filme: Ryan Gosling interpreta o personagem sem nome de Drive . Mesmos cacoetes, profissão (piloto e mecânico), desvios de comportamento, mesma carga de drama que se espera de uma vida desajustada que tenta se firma

Já visto

Qual é a função social do dejà vu? Com que frequência você é atravessado por cenas que parecem arrancadas do passado? Revivê-las tem algum efeito terapêutico ou, exato oposto, abala a crença no livre-arbítrio, sugerindo uma circularidade não apenas de temas, mas também de personagens?  A ínfima duração do sentimento é suficiente para revogar a certeza de que tudo está firmemente repousado num tempo passado? Ou o passado, essa invenção que nos tranquiliza, é uma zona ainda mais movediça que o presente ou o futuro? Esses respingos de pretérito nos reconectam com a repetição ou são apenas hiatos no loading contínuo das nossas vidas? É uma sensação experimentada praticamente por qualquer pessoa. De repente, sente-se apanhado no contrapé. O desconcerto do dejà vu é resultado da reencenação aparentemente fidedigna de uma cena ou conjunto de cenas, agora em outra temporalidade, em outro contexto, com pessoas diferentes, em momento distinto, motivada por alguma ferramenta do circ