Tinha desistido de falar sobre O lugar onde tudo termina depois de alinhavar três parágrafos e perder tudo para uma pane no Word, mas consegui recuperar alguma coisa nos escaninhos do córtex cerebral. Vamos lá. Pensem em Como nossos pais , a canção, com menos poesia e uma dose extrema de vício. No filme, uma certeza: a de que a corrupção e a ambição fertilizam as relações sociais. É pessimista, sim, mas de um pessimismo que serve mais como contraste à descoberta do amor. Num cenário degradante em que as coisas não dão certo e os dias se consomem num globo da morte nada metafórico, o herói busca sossego, alento, e o encontra na paternidade. Para tanto, terá de ocupar um lugar já ocupado. O herói fez a escolha errada? É uma boa pergunta. Coisa chata no filme: Ryan Gosling interpreta o personagem sem nome de Drive . Mesmos cacoetes, profissão (piloto e mecânico), desvios de comportamento, mesma carga de drama que se espera de uma vida desajustada que tenta se firma
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)