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Mostrando postagens de outubro 13, 2020

Do Leblon a Jeri: o Brasil barraqueiro

O que é o barraco senão a política por outros meios? Sua natureza, uma altercação física e/ou verbal, é a da relação conflituosa cujo desfecho é não raro as vias de fato, que, por sua vez, são por si mesmas um mistério. Afinal, por que se diz “de fato” de algo como as vias, que não admitem uma acepção assim tão preto no branco? Sabe-se lá. Como solução política, portanto, o barraco tem se mostrado cada vez mais frequentemente uma chave resolutiva para o Brasil de hoje, barraqueiro por excelência. É como uma resposta catártica, uma teatralização violenta do cotidiano em que os impasses do país se encenam à luz do dia ou da noite, mobilizando as paixões e os atavismos nacionais mantidos na camada mais superficial da pele tupiniquim. Seja nas áreas comuns dos condomínios, nas pousadas litorâneas ou na rua, o brasileiro recorre ao expediente mesmo se não esgotadas todas as alternativas à mão civilizada: a conversa, o silêncio, a intermediação cautelosa e bem-vinda de outrem, o simples dar