Ia falar de um poema que li há uma hora e da infância, duas coisas importantes do domingo que foi ontem e que jamais voltará a ser. Um poema realmente impressionante, lê-lo foi a melhor ação que pude realizar nessa passagem formidável do dia 16 para o 17 de outubro. Agora, está ali, parado, fechado, faz outros livros de cama, um mistério para mim, um mistério para o autor, um mistério para quem o ler e para quem não o ler. A infância foi assunto hegemônico hoje na mesa de almoço da família, as casas, rostos, as ruas, as pessoas, Tânia ainda mora lá?, Erica apanhava tanto, o pai da menina morreu, era alcóolatra, a Lígia era uma professora chata de português, Rosângela traía o marido?, não sei, disse, mas ele também a traía?, perguntou minha mãe repentinamente interessada, na bodega do Sandoval roubávamos bombons, pedíamos três e acabávamos levando dez, um louco metia medo em qualquer pessoa que se aproximasse dele. Havia os cachorros, Leão, um pé duro enorme, Help, o cachorro pre
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)