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Mostrando postagens de agosto 4, 2009

As horas não têm fim

Se não há dinheiro, se não há conta e se não há árbitros verdadeiramente dispostos a separar o joio do trigo nessa disputa trivial, o que resta são as sementes do feijão que nunca jamais vingou porque aquele algodão, aquele algodão usado fora anteriormente castigado por lágrimas de crocodilo. Estado de consciência: levemente sonolento.

Há tormentas no paraíso?

De todo modo e de modo algum confesso haver estado mergulhado nos últimos e derradeiros instantes num mar de questões por absoluto indevassáveis, por absoluto cheias desse caráter dissensual, cheias desse sem jeito sem jeito sem jeito de ser. Querem experimentar? Experimentem. Tudo bem. Tudo cabe. Tudo pode. O que vale no fim e no começo e mesmo no meio são as feridas abertas, mas fechadas. Abertas mas fechadas, abertas e fechadas. E as feridas de fachada? Essas não contam. Ouço ali, aqui, acolá: que fazem nos fins de semana? Vão a festas, deitam fora pesadelos ruins, reciclam ódios figadais? Eu jogo. Se me pedem “Fica”, eu saio, se me dizem “Fale”, eu calo. Se exigem reciprocidade, leio Caras . Se querem morango, trago chocolate. Se ambicionam dinheiro, empobreço. Se querem fé, dou incredulidade. Ovelhas negras. Sendo assim, digo: hoje demos início ao novo tempo. Terei dinheiro. Algum. De resto, de reto, de rato, de rito. Dinheiro para as barras de chocolate, para os filmes, para as

Arbitrando entradas maldosas

Mas há também a segunda-feira, a segunda-feira repleta, desvairada, a segunda sem segundas intenções. Porque são dóceis, assépticas, cheias de um entusiasmo leviano. Querem ser quinta, mas são apenas segunda. Querem ser cheias, mas são faltas do melhor pedaço. O pedaço que falta. Querem bailar, mas ficam sentadas no canto do salão à espera do par perfeito. As segundas sempre aguardam sempre. Muito tempo, alguns comentários, um giro inteiro no ponteiro das horas medidas. Fábio, leitor inveterado, quer saber: quem é Oskar? Thalita, leitora difusa mas queridíssima, exclama alto. A Fábio: Oskar não sou eu. Sou apenas o cura-dor. Diz lá: “curadoria, Henrique Araújo”. Disponho dores, apaziguo ardores, suavizo odores. Nada mais, nada menos que isso. Se me perguntam “És gerente?”, devolvo um “talvez” sem força, bamboleante, e vou embora para a esquina beijar carrosséis de fumaça, abraçar rodopios invisíveis, cheirar tabletes de perfumes. De passagem, compro pastel e refrigerante na rua da esco