A história da família como a da cidade, uma rasura sobre rasura, nela escreveu-se sobre o que já se tinha escrito. Mas é preciso encontrar nesse exercício de exaustão e desaparecimento uma grafia, ainda que seja a história de um findar-se, a história de impor-se a si e aos seus um contínuo renovar-se que é também um morrer atualizado. Na família a morte sempre rondou, os mitos domésticos cercados de casos de dissolução física, escapes e desatinos, um disfarce de onde se veio. Nenhum retorno, apenas partida, um desaterro dia após dia.
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)