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Mostrando postagens de agosto 9, 2009

Falsas manchetes

Notícias do domingo. Como andam? Pisando firme? Escorregando nas curvas? Há que usar cinto de segurança. Há que ser rijo, mas cheio de graça. Há que olhar pra trás sempre, sempre, mas com a certeza de que o retrovisor reproduz uma cor estranha, diferente da usual. De que, fora dali, daquele instante, nada mais é. De que ele ou ela ou ambos vêm, falam, falam, dizem o que querem e depois seguem como se tivessem algum compromisso inadiável na próxima esquina. Mas não têm. Porque a vida é certamente a coisa mais estranha que já me aconteceu.

De trás da porta, ela salta; atira pratos e colheres

Quem diabos é você? A surpresa. A surpresa? Surpresa. Surpresas não enganam. Me engano se enganam, não enganam quando querem enganar. Engano seu. Surpresas vão e vêm. Quando menos se espera, batem à porta. E então? Então surpreendem. É o que costumam fazer. Previsível. Tanto quanto a falta delas. Das surpresas. Uma surpresa pode simplesmente não surpreender? Não creio. Pode ser surpreendida? Imagino que não. Pode confundir-se e esquecer-se do que realmente deve ser surpreendente? Se entendi bem, é deixar para trás o mistério e ater-se ao que deve ser comunicado, estritamente comunicado? Não. Obviamente, não nos entendemos. Obviamente, não dou a mínima. É bom. A propósito, ontem nos vimos. Ela e eu. Vinha sorrindo. Tem os dentes mais lindos. E o caminhar mais lírico. E as mechas mais soltas. E os olhos mais castanhos. E as mãos mais leves. E os quadris mais febris. Estamos falando da mesma mulher? Não creio. Surpreendente.