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Mostrando postagens de dezembro 19, 2008

Avant la lettre ou o Dia em que fomos Michael Moore

Hoje resolvi escrever. Estou assim. Não sei do que se trata mesmo. Apenas que resolvi escrever. Tivemos uma conversa na hora do almoço. Sentamos, pedimos algumas comidas e bebemos. Foi sério. Falamos do jornalismo. Bem, falamos bem. Mas o mal-estar segue. Uma boa notícia. Ganhamos o prêmio da Associação Cearense de Imprensa por um caderno publicado em 17 de agosto deste ano no jornal O Povo . Não foi na categoria Cultura, como era de se esperar, mas Cidades. Isso mesmo. Nosso caderno dos bairros – seis repórteres visitam bairros estranhos, exóticos e escrevem sobre eles numa perspectiva, digamos, humanizadora (porque não encontro outra palavra) – rendeu um prêmio de cinco mil reais dividido por seis. Menos os descontos. Tudo subtraído, teremos um Natal recheado. Os panetones e champanhes e perus estão garantidos. Vejam, jornalismo dá certo. Dá dinheiro. E ainda rende prêmios que nos põem todo prosa, felizes da vida. Agora podemos desfilar alegremente entre os círculos da cidade, acenar

WALKABOUT LOCAL

Acabo de ler O despenhadeiro , de Fernando Vallejo. Ótimo livro de Natal. Sério mesmo. Depois vejo Dogville novamente e completo assim o corpo de temperos necessários ao dia. Conjugar essas coisas faz bem, sim. Temos um gato novo em casa. Íamos passando na rua quando a Val viu o felino – frase estranha – encolhido num canto, em frente à guarita de um condomínio a alguns quarteirões daqui. Agachou-se, afagou o animal, que prontamente se levantou e esticou-se com alguma dificuldade. Estava sujo, imundo – ainda está um pouco. E, principalmente, faminto. Comprei uma lata de peixe em pasta – Whiskas – no supermercado que abriu há menos de duas semanas na vizinhança. Custou quase cinco reais. Com a mesma quantia compraria pão para a semana inteira. O gato devorou 2/3 da ração em pouquíssimo tempo. Agora, dorme. Espero que cresça e apanhe os ratos da cozinha. É a paga por ter sido colhido da rua, daquele estado de mendicância. As pessoas iam e vinham, mas ninguém dava bola para o bichano, qu