Era uma fábula sem animais. A história de um amor, por certo. Uma mulher que amasse um homem e um homem que amasse uma mulher, mas, como elemento complicador, um recurso dramático de que invariavelmente lançam mão escritores, artistas, dramaturgos e cineastas, nem esse homem bem menos essa mulher soubessem de antemão que esse amor lhes seria útil, ou único ou finalmente que esse amor seria amor, posto que o sentimento é por definição resultado de uma vontade inexpressa, e as vontades inexpressas respondem por 87% de qualquer intencionalidade segundo apontam pesquisas na área. A intencionalidade não pode ser confundida com a intenção. São como primas queridas que em outra oportunidade passassem em branco uma à outra. A intencionalidade é a intenção em estado de larva. A intenção é intencionalidade envelhecida. Por exemplo: aplique à palavra “casa” a repetição por infinitos segundos. Logo ela deixará de fazer qualquer sentido. É um exercício de desmaterialização que as crianças e os v
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)