Isto não é um balanço, mas a tentativa de entender se o ano foi bom ou ruim. Ou bom e ruim ao mesmo tempo. Ou nem bom nem ruim, mas algo a meio caminho de uma coisa e outra. Ou qualquer nome que possa ter um ano como foi 2019, indefinível por natureza como antes dele foram 2018 e também 2017 e assim retroativamente. Mas o que fez de 2019 um ano como apenas 2019 seria? Nele vivemos todos situações que, ao pé da letra, são constitutivamente ruins, de modo que no geral é possível que a temporada tenha sido péssima para a maior parte de nós, inclusive pra mim, que me vi constantemente entrando na sala dos chefes e pedindo um adicional de insalubridade que me garantisse sustentação financeira para fazer o que vinha fazendo, ou seja, tratando de assuntos que eram como o que resta quando recolhemos o lixo da calçada e sobram aqueles pedaços de coisas nos quais ninguém tem coragem de encostar a mão. Essa foi minha matéria-prima neste ano. O cocô que gruda na sola do sapato de que
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)