Hoje talvez não fosse o dia certo para ler Diário da queda. Sem dar importância a isso, liguei o computador, pluguei a internet na tomada e resolvi então que ainda podia escrever algo nesse restinho de domingo, mas o quê, pensei, e decidi que falaria desse livro incrível do Michel Laub. Depois de concluir o romance, o sentimento era de estar às voltas com o conteúdo visceral de três corpos, as dores de uma família, as manobras domésticas, por assim dizer, e isso nem sempre é algo agradável. Isso quase sempre é muito desagradável pelo que projeta da nossa própria história e, por conseguinte, da própria família. O narrador de Laub expunha-se cruamente. E o domingo é um dia mais para as amenidades. Pensem nesse triângulo traumático formado por avô, pai e filho em Diário da queda. É um fardo que o leitor só deixa descansar um pouquinho na derradeira linha, e olhe lá, e isso também se confronta com o espírito pouco voluntarioso do domingo. Pensem ainda que o alívio q
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)